Eu sempre tenho. É só descuidar um pouco da glicemia, pronto! Minha imunidade vai pro lixo e a coceira na "periquita" já começa. Isso é extremamente normal, e totalmente tratável. Não quer dizer que você é suja, ou que pegou uma DST, ou que vai morrer...
Muitas vezes a vergonha de falar sobre o que se passa lá nas partes baixas deixamos que doenças simples tirem nosso sono, e o pior, a troco de nada!
A minha amiga e médica, Andressa preparou um texto sobre esse problema que atinge a grande maioria das mulheres:
A Candidíase é uma infecção causada por fungos da espécie "Candida sp" que ataca as áreas quentes e úmidas do corpo, como: unhas, pele, boca e região genital. Ao contrário do que muitos pensam, ela não é uma doença sexualmente transmissível (DST), portanto o tratamento do parceiro não é necessário, exceto em casos selecionados.
Estima-se que 75% das mulheres terão pelo menos um episódio de infecção do trato genital causada por essa espécie de fungo, e 5% apresentarão recorrências (definidas como 4 ou mais episódios em 12 meses). Condições associadas com elevada produção de hormônios, como gestação e diabetes tipo 1 ou 2, ou estados de baixa imunidade como uso de corticóides, infecção pelo HIV ou doenças auto-imunes, podem associar-se a candidíase.
Os hábitos alimentares também podem influenciar no parecimento da candidíase. O consumo de açúcar e carboidratos refinados (pão branco, bolos, biscoitos, chocolates, refrigerantes), alimentos embutidos e processados levam a um desequilíbrio da flora intestinal e modificação do pH vaginal, favorecendo o crescimento do fungo.
O uso de antibióticos para tratamento de infecções (sinusites e infecções de garganta por exemplo) também podem precipitar o quadro de candidíase, também pelo desequilíbrio das bactérias intestinais.
O principal sintoma da candidíase é a coceira ou ardência genital, de intensidade variável e que geralmente se acentua no período pré-menstrual. Outros sintomas incluem ardência ao urinar e dor às relações sexuais. O corrimento pode ou não estar presente, e geralmente é relatado como aspecto de “leite coalhado”, além de vermelhidão, fissuras e inchaço na vulva.
Diante dos sintomas é importante procurar seu ginecologista para adequada avaliação dos sinais e sintomas, dos fatores predisponentes e diagnóstico de eventuais casos recorrentes, que necessitarão de tratamento mais específico, evitando o auto tratamento com uso indiscriminado de medicações, pois a candidíase pode estar associada a outras infecções.
Algumas medidas comportamentais podem reduzir o risco de desenvolver a candidíase ou evitar sua recorrência, entre elas o estilo de vida saudável com atividade física regular, alimentação equilibrada e controle do estresse e das doenças crônicas como o diabetes, evitar situações que favorecem a umidade da região genital como uso de roupas apertadas, protetores de calcinhas ou absorventes internos, biquínis molhados e roupas de academia suadas por longos períodos, e aumentar a “ventilação” local, como dormir sem calcinha e dar preferencia por calcinhas de algodão.
Fonte: Manual de Doenças Infecto-Contagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
Dra. Andressa Lacerda, CRM 139.140, Ginecologista e Obstetra